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A bênção de ser bem-vinda como o melhor networking

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Embiquei o carro na garagem da antiga empresa. Fazia 2 anos que não trabalhava mais lá, mas o primeiro portão abriu imediatamente: estranhei, mas entrei.

O moço da segurança veio, Carlos. Negro, impecável, lindo, esbanjando confiança.

Sorriso gigante, segurando a prancheta com os braços abertos, “QUANTO TEMPO, DONA ANA”, “Dona Ana não, rapaz, que não sou dessas” – e rimos juntos enquanto eu perguntava se ele andava abrindo o portão pra qualquer um.

“Só pra quem trata a gente que nem gente, Dona Ana. A Senhora vai sempre ter uma vaga aqui” – e apontou o lado esquerdo do peito.

Não adiantava eu dizer que não precisava de formalidade comigo. A reverência respeitosa, em letras maiúsculas, não era submissão, era carinho em forma de educação, além do treinamento bem-feito.

Eu nunca tinha me dado conta da bênção que é ser bem-vinda em algum lugar.

Nunca tinha parado pra pensar que o que deveria ser automático em todo mundo, pudesse fazer tanta diferença pra tanta gente.

O meu filho mais velho, depois de ir cortar o cabelo no salão que frequento há mais de 10 anos, me disse, assustado, “mãe, as pessoas ainda se espantam porque eu as cumprimento.” Ele tinha 15 anos e ficou claro que a maioria das pessoas não espera educação de um adolescente.

Empresa nova, perguntei o nome daquela moça tão simpática e calada que ia arrumar a minha sala logo cedo. Antes de me dizer o nome, ela perguntou o motivo de eu querer saber logo isso. Estranhei, mas respondi que eu achava que o nome servia pra gente se dirigir às pessoas, ou não? Dona Elsa sorriu. Um ano depois, se recusou a participar do presente de aniversário coletivo pra mim: queria me dar algo diferente, exclusivo e especial. “Porque você enxerga a gente como uma pessoa única.”

Presidentes de empresa estranham porque eu pergunto como eles estão e desenho corações em folhas de fluxos de processo (é mais forte que eu).

Diretores acham esquisito que eu os abrace ou peça para respirarmos fundo antes de começar uma reunião. Ou que eu organize círculos para conversar sobre coisas áridas e difíceis.

Costumo dizer que ter fama de louca me habilita pra muita coisa – até pra fazer o inusitado: amar sem me dar conta de que estou amando.

Eu só nunca tinha me dado conta de que isso, na maioria das vezes, me faz ser bem-vinda em lugares e pessoas com coração bonito.

E que, sim, isso é uma bênção, não pelos benefícios práticos que podem existir como consequência, mas por abrir os sorrisos com ou sem pranchetas na mão.

Existe muita receita de bolo pra construir networking.

De repente, sem querer, eu descobri que minha rede é construída, todo dia, porque as pessoas me acolhem com a verdade delas.

Quer bênção maior que essa?

E você? Aonde você se sente bem-vinda e bem-vindo?

Um grande beijo!

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