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A armadilha do parâmetro X a fantasia

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Tenho certeza de que você já se desentendeu com alguém ou ficou chateada com alguém sem entender muito bem o porquê.

Isso acontece direto no ambiente de trabalho e tem consequências perigosas pra sua saúde mental e pra qualidade do trabalho do time.

Mas por que será que a instabilidade emocional, às vezes, fica tão grande?

É claro que precisamos entender o contexto do mundo em que vivemos, do país em que moramos e todas as variáveis que vão desde a insegurança alimentar, o racismo, até o medo de ter um contrato de trabalho finalizado, entrando para os quase 14 milhões de pessoas sem emprego no Brasil.

O lugar onde você trabalha e as pessoas com quem você trabalha vão ser determinantes na sua sensação de segurança psicológica – mas nem sempre. Você também tem um papel muito importante nisso, porque, muitas vezes, você pode compreender algo que está sendo dito ou que aconteceu, de um jeito diferente do que realmente era a intenção da outra pessoa ou o real sentido da conversa.

Isso acontece porque a gente mistura um monte de coisa dentro da gente sem perceber e interpreta as palavras e os sinais de acordo com o nosso repertório emocional, tirando conclusões que têm muito mais de nós do que das outras pessoas ali.

O caminho pra “limpar” esse ruído é ganhar a consciência de como você está processando as informações dentro de você, principalmente aquelas que vêm de outras pessoas (ou seja, quase todas):

  1. Vejo algo como eu sou: aqui é onde a maioria das pessoas está. A partir de um estímulo externo, eu tenho reações de raiva, alegria ou indignação, por exemplo, que me levam a uma conclusão sobre determinada pessoa, mas sem buscar outras fontes de informação complementares. Muito comum, aqui, é julgar o comportamento alheio a partir do que eu acho que é certo / adequado / justo – três adjetivos perigosíssimos quando os parâmetros não estão alinhados entre as pessoas envolvidas.

É aqui que mora a conclusão, por parte de alguns homens e, até mesmo, de algumas mulheres, de que as “ativistas” ou “feministas” ficam de “mimimi”, pois classificam algo a partir do que é relevante pra eles mesmos.

  • Vejo algo como eu gostaria que a outra pessoa fosse: aqui tem uma sutileza importante. Em geral, a frustração aparece aqui, porque eu tenho a expectativa de que você seja “melhor” do que você é (na minha visão do que é melhor, claro) e, diante do “pouco” que você me entrega, eu critico a sua forma de ver ou abordar algo.

É aqui que moram os relacionamentos tóxicos (inclusive profissionais) porque, embora eu fique frustrada com o que recebo, alimento em mim a esperança de que você pode ser esse “melhor” e, talvez, esse “melhor” não chegue no tempo que eu quero – ou nunca chegue, porque é uma fantasia da minha cabeça, projetada em um parâmetro capitalista de performance inatingível, por exemplo.

Por fim,

  • Vejo algo como o outro é: esse estágio é o mais complexo e o mais demorado de desenvolver (e eu acredito que nunca paramos de evoluir nele, na verdade, porque é impossível chegar na perfeição aqui). Longe de ser uma posição determinista, ou seja, que parte do princípio de que a pessoa não pode ser diferente, é exatamente a proposição de um outro caminho. Aquele que nos mostra as reais potências e as verdadeiras limitações DAQUELE MOMENTO em relação àquela pessoa, sabendo que, amanhã ou mês que vem ou ano que vem essa pessoa pode ser alguém completamente transformada.

É aqui que mora a possibilidade de construir relações emocionalmente estáveis e um ambiente de segurança psicológica para a equipe de trabalho, com diálogos honestos e melhores escolhas para o coletivo – sem desconsiderar as necessidades individuais e procurando atendê-las da melhor maneira.

Quando você sentir que algo – ou alguém – te atravessou emocionalmente, deixo o convite pra respirar fundo e fazer o exercício de “entrar” na situação vendo a partir de quem a outra pessoa é, checando a distância que isso está de quem você é ou de quem você gostaria que a outra pessoa fosse.

É nessas distâncias que moram a empatia e o afeto.

Um beijo!

PS.: E se você acha que isso não tem nada a ver com trabalho, precisa conhecer mais sobre segurança psicológica corporativa, você sabe o que é? Me manda uma mensagem privada que eu te conto de um livro que tô lendo e que é, simplesmente, SENSACIONAL sobre esse assunto!

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