Equipes de alto desempenho estão alinhadas em relação ao propósito, mas sabemos o quanto é difícil para os líderes manterem todos engajados e se sentindo pertencentes à empresa. Quais ações podem ajudar a ter um time mais eficaz e engajado? Bons salários e pacotes de benefícios por si só são suficientes?
O Brasil acumula posições preocupantes quando o assunto é saúde mental e tudo vai passar pelo trabalho, ou seja, pelas relações que estabelecemos nos ambientes físicos ou remotos em que desenvolvemos alguma atividade profissional.
Em um país onde os casos de ansiedade e o burnout não param de crescer, acredito que antes de falarmos em salários e benefícios, é preciso falar de ambiente de trabalho seguro para a saúde mental dos trabalhadores. Isso é latente em equipes de alto desempenho, pois se o desempenho é alto, significa na maioria das vezes que a cobrança e a pressão também são.
A exigência por resultados, o WhatsApp tarde da noite, o e-mail com letras maiúsculas, o grito na reunião, o tratamento de silêncio, a retirada de tarefas, a exclusão dos eventos, a piada sobre o corpo, a insistência na intimidade, a falta de feedback, as ameaças indiretas, o deboche diante de um resultado que poderia ter sido melhor: essas posturas tóxicas são o ponto de partida e a nutrição de um ambiente doente, e que vão afetar a eficácia e o engajamento do time.
Por maiores que sejam os salários e benefícios nestas condições, a recompensa material pode garantir a aderência por algum tempo, mas cobra o seu preço. Só é possível iniciar uma conversa sobre manter o engajamento quando há também uma conversa sobre a qualidade do ambiente de trabalho e não estamos falando de abrir mão de resultados e performance. Estamos falando de promover o reconhecimento das fragilidades humanas para construir vínculo.
Quando a gente fala em ambientes mais humanos, é preciso entender que o humano não vem em pedaços. Ele vem inteiro, com tudo. É preciso entender que humanizado tem a ver com integralidade. Como faz para equilibrar a saúde mental com performance? Eu falo: primeiro, conversando; segundo, se perguntando do que a gente vai abrir mão para manter um determinado equilíbrio, e nem sempre há um caminho ideal. É preciso de debruçar em uma investigação do que funciona para cada grupo.